sábado, 23 de maio de 2015

Gol? Não! Bola fora!

Em 2012 estive em Natal com minha família e foi a última vez que voamos GOL.

Ficamos tão decepcionados com o serviço prestado, que desde então, se podemos, evitamos voar com a GOL. Nessa viagem foi a primeira vez que tivemos que pagar, por exemplo, pra poder comer um misto frio e tomar um suco. Além do absurdo de ter que pagar, o preço praticado era extremamente abusivo.

Passei por essa experiência de cobrança de serviço de bordo, mas estava voando EasyJet na Europa e SEMPRE foi claro que essas eram as condições, já que a EasyJet posiciona-se como uma empresa de voos de baixo custo.

Passei por essa experiência de cobrança de serviço de bordo, mas estava voando EasyJet na Europa e SEMPRE foi claro que essas eram as condições, já que a EasyJet posiciona-se como uma empresa de voos de baixo custo.

Voltando a GOL... eu e minha esposa comentamos muito que se a empresa não mudasse sua estratégia, enfrentaria graves problemas em pouco tempo. Dito e feito! Semana passada recebi essa notícia:


A empresa está amargando um enorme prejuízo. Se não mudar o seu modelo de gestão, em pouco tempo estará à venda.

E pensar que em 2006, durante uma pós-graduação que fiz, estudei a GOL como um modelo de gestão. Tomara que eles voltem a trilhar esse caminho, voltando a entender que para obter lucro, tem que oferecer VALOR ao cliente.



quarta-feira, 6 de maio de 2015

Pensar fora da caixa

Vi esse vídeo hoje e achei simplesmente sensacional a forma como "pensar fora da caixa" pode nos ajudar a resolver os problemas.

Para um apaixonado por melhoria contínua como eu, é um deleite, afinal, fazer melhoria não é também "pensar fora da caixa"?

https://www.facebook.com/TheDhakaTimes/videos/647799878630139/?fref=nf

quinta-feira, 5 de março de 2015

KaizEtiópia

Hoje pela manhã vi uma notícia muito interessante sobre Kaizen na Etiópia. Talvez quando você leia “Etiópia” venha na sua cabeça a imagem de pobreza e fome ou de maratonistas recordistas.

Pra uma grata surpresa a Etiópia vem trabalhando há algum tempo com melhoria contínua em parceria com o Japão e obtendo resultados fascinantes em aumento de produtividade e motivação da sua força de trabalho.

A reportagem completa, em inglês, pode ser encontrada no link abaixo:


O aspecto que mais me chamou a atenção sem duvidas é o nível de envolvimento dos trabalhadores, citado na matéria, e o resultado que isso está gerando.

Me fez lembrar muito da minha experiência trabalhando com Kaizen no vizinho Sudão, em 2009. Era impressionante como os trabalhadores, após serem envolvidos no processo de melhoria e após entender os benefícios do mesmo, se comprometiam com a mudança, se motivavam com a mudança e mantinham o nível alcançado.

Minha experiência traz os mesmos resultados que a experiência na Etiópia. Dessa forma, dois pensamentos aparecem:

1 – a necessidade de melhoria tem como motivação inicial uma crise. Veja o exemplo do Japão, destruído na segunda guerra e os exemplos que citei da África. A crise leva a falta de recursos, que leva à necessidade de fazer coisas de uma maneira diferente para obter resultados diferentes. Outro exemplo? A indústria automotiva no Brasil viveu a soberba de um bom momento econômico no país e deixou as práticas de Kaizen em segundo plano. Era “fácil” dar lucro. Hoje, com o país em crise, buscam resgatar os conceitos que deixaram de lado.

2 – não é preciso muito investimento para fazer Kaizen. Muita empresa no Brasil “entrou na onda” da melhoria e fazia simplesmente porque “todos estavam fazendo”. Na hora de investir virava custo. Visitei muitas empresas com essa característica e os resultados são fáceis de adivinhar. Duvido que o Kaizen etíope necessite de um grande montante de dinheiro para dar os resultados atuais.

Esse momento de crise que o Brasil atravessa é complicado, mas é também uma enorme oportunidade para voltar (ou começar) a fazer Kaizen na sua essência, talvez aprendendo na humilde Etiópia.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

O problema da falta de água ou a falta de problema de água?

Todos sabem que o Brasil vive uma crise hídrica histórica desde o ano passado. Um problema que atingia o Nordeste há anos e que chegou com força na região Sudeste.

Infelizmente para a população, 2014 também foi um ano de eleições e em anos como esse tem uma palavra que é quase uma heresia ser pronunciada por candidatos de qualquer esfera: PROBLEMA!

Aliás, pelo contrário. PROBLEMA é a palavra preferida de ataque entre adversários políticos. Problema na Petrobrás, problema de apagão, problema disso, problema daquilo... PROBLEMA! Sempre ou em 99% das vezes, negados com veemência pelo “acusado” como se tivesse recebendo uma ofensa pessoal.

Pois bem, aí é que mora o PROBLEMA e que resume um pouco da terrível situação que o país atravessa hoje com essa crise de abastecimento de água.

Por não admitir que a falta de água fosse um PROBLEMA, as medidas de contingência necessárias para enfrentá-lo, não foram devidamente tomadas. Podemos ver no vídeo abaixo, o Governador do Estado de São Paulo, em plena campanha eleitoral, negando que o PROBLEMA existe.


O PROBLEMA está aí e agora precisa ser resolvido. Medidas mais drásticas devem ser tomadas agora, como racionamento, corte de água em algumas regiões... Será um período complicado e que deve durar bastante tempo. Detalhe: o PROBLEMA ainda é timidamente admitido nas altas esferas governamentais.

Trabalho com melhoria há mais de 15 anos, tendo passado destes, 5 anos na Toyota. Nessa empresa tive contato com o Sistema Toyota de Produção e com varias peculiaridades do mesmo que hoje sou 100% de acordo. Algumas frases que ouvia demais:

“O pior problema é não ter problema”“Se você não tem problema, não está gerenciando direito”“Mostre-me o que está mal, não o que está bom”
São varias, mas uma das minhas preferidas sem dúvidas é:

“O primeiro passo pra resolver um PROBLEMA é assumir que o PROBLEMA existe”

Detalhe: isso é cultura em empresas japonesas desde a década de 1950, no mínimo. Custa-me acreditar que nossos governantes, em sua maioria com uma bela formação acadêmica, não tenham consciência de algo tão elementar. A gestão publica brasileira está em outra era, anos-luz de distancia das mais “modernas” técnicas de gestão.

Dessa forma, não há outra forma que não seja tirar das mãos de pessoas despreparadas e passar para quem tem mais condições de gerenciar.

No texto do link abaixo (em inglês), o autor expõe duas das principais causas da falta de agua no Brasil: falta de manutenção da rede de distribuição e falha na gestão do desmatamento da Floresta Amazônica.


A gestão de abastecimento de água nas mãos de uma empresa privada diminuiria muito o primeiro ponto, da falta de manutenção. Perda de água na distribuição por vazamento significa prejuízo financeiro pra empresa, ou seja, um PROBLEMA!

Hoje moro em um país onde o período de estiagem dura 6 meses. Sim, meio ano praticamente sem uma gota de chuva... e não falta uma gota de agua! 100% da distribuição de agua do país é feita por empresas privadas que não tem medo de PROBLEMA e sabem que:

“O primeiro passo pra resolver um PROBLEMA é assumir que o PROBLEMA existe”


Não é o que acontece na gestão pública... infelizmente.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Oras bolas NFL

Um dia após o Super Bowl XLIX, tive acesso a um vídeo que explica o processo de fabricação de uma bola de futebol americano. Fiquei muito surpreso com o que vi e confesso que a surpresa foi negativa. Vejam o vídeo:



https://www.youtube.com/watch?v=HZnkhjwQp0A

Alguns problemas e desperdícios que podem ser vistos no vídeo:

- A parte da costura foi o primeiro ponto que me chamou a atenção. Um operador menos experiente teria muitos problemas em concluir essa tarefa sem produzir bolas com defeitos. Um dispositivo Poka-Yoke poderia ser usado aqui para ajudar a posicionar o couro e fazer uma costura perfeita.

- Outro ponto é parte de virar a bola do avesso. Vapor, martelo e o processo de virar são um risco à ergonomia e a integridade física do operador.

- A parte do laço também tem problemas ergonômicos importantes e, por fim, a prensa que molda a bola, gera uma grande espera para a operadora.

- Outro desperdício citado ao final: a bola “perfeita” depende do quaterback que vai utilizá-la, ou seja, mais sobre processamento.

Algo mais que vocês viram?